terça-feira, 14 de abril de 2009

Um mundo novo de pessoas velhas

Um mundo novo de pessoas velhas. É assim que mundo é hoje, e é por esse único motivo que os jornais ainda não acabaram.

Durante a história da humanidade os desenvolvimentos tecnológico e cultural sempre tiveram um ritmo tão lento que os faziam quase imperceptíveis. Isto é, a pessoa vivia e morria num mundo bem parecido com o qual ela havia nascido. Mas hoje, estamos diante a um salto tecnológico que mudou e muda o mundo em muitos aspectos principalmente culturais. É algo absolutamente inédito, algo que talvez no futuro tenha o nome de alguma revolução, assim como existiu a revolução industrial, essa seja revolução da informação.

E como toda revolução, ela rompe com que existia antes, exigindo uma postura inédita também. Acreditar em experiências anteriores só serve para prever o futuro de um mundo que não existe mais. É verdade que a televisão não acabou com o rádio, assim como é verdade que a fita K7 quando surgiu não acabou com o LP. Deve ter sido baseado nesse raciocínio que a industria fonográfica botou suas fichas na aposta que a onda do MP3 não passaria de uma marolinha, e quando o tsunami veio era tarde para convencer um público, acostumado com baixar música de graça, a pagar por elas.

Hoje o público do impresso é composto em sua maioria por pessoas com mais de 30 anos, e conhecendo essa sua audiência, os jornais investem em matérias que sejam de interesse nessa faixa etária, como mudanças na previdência e preços dos alimentos. O grande problema dessa estratégia está no longo prazo, a medida que não demonstra interesse de se renovar o público.

Como o jornal impresso virou "coisa de aposentado", é impossível imagina um futuro para essas publicações, que se ainda sobrevivem hoje, é pelo fato dos leitores com mais idade não aderirem novidades (como a internet) com tanta facilidade.

O jornal vive é num mundo novo de pessoas velhas, por essa razão cada vez mais o impresso tende a abandonar a universalidade e caminhar no sentido das "ditabrandas da vida", afim de agradar esse público "Homer". Esse seria um triste fim no melhor (ou pior) estilo "cidadão kane".

Esta postura dos impressos pode ser movida pelo sentimento imediatista das vendas de jornais, mas em última analise é um forte indicativo que eles já deram a batalha (e a guerra) como perdida.

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