segunda-feira, 13 de abril de 2009

Estudantes brasileiros invadem a Bolívia

Enquanto se consolida o êxodo de trabalhadores bolivianos para grandes cidades brasileiras, um outro movimento se desenha no sentido contrário: o de jovens brasileiros que vão para Bolívia estudar.

Atraídos pelo baixo custo de vida, estudantes brasileiros veem na Bolívia uma oportunidade de cursar universidades que no Brasil não lhes seriam possíveis. As mensalidades do curso de Medicina, por exemplo, que é um dos mais procurados por brasileiros, custam em torno de 240 reais. Em uma universidade privada de São Paulo essas mensalidades não custariam menos de 3 mil reais.

Toda essa diferença fez com que nesses últimos anos um batalhão de jovens brasileiros invadissem as salas de aula das universidades bolivianas. “Aqui, na Bolívia, 98% dos estudantes de medicina nas universidades particulares são brasileiros”, diz Lorena Fergon, estudante de medicina da Universidad Cristiana de Bolivia. Ex-estudante de enfermagem no Brasil, ela abandonou o curso para ir estudar medicina na Bolívia, e compara: “No Brasil, só o curso de enfermagem eu pagava 640 reais.(...) Aqui com mil (reais) eu pago universidade, aluguel, alimentação, transporte, etc., mas tem gente que se vira com 800, ou até menos.”

Com ampla maioria brasileira nas salas, os professores acabam sendo mais tolerantes nos primeiros semestres quanto às dificuldades impostas pelo idioma. “Espanhol é tranquilo, mas algumas palavras a gente tem dificuldade. Então eles (professores) dão aula em espanhol, mas aceitam apresentações em português”, conta Roberto Martins, também estudante da Ucebol, como é conhecida a universidade na região de Santa Cruz de La Sierra.

“Medicina sem vestibular”

Na Bolívia, as universidades particulares não exigem que o aluno preste vestibular para ser admitido. Existem até sites na internet que oferecem serviços de “agenciamento” para os estudantes junto às universidades e nos consulados para a obtenção de visto de estudante. Com chamadas como “medicina sem vestibular”, o acompanhamento de todo o trâmite da documentação é prometido por preços que vão de 500 a 2500 reais.

O grande problema acaba sendo para poder clinicar no Brasil, já que o diploma boliviano não é válido aqui. Para valida-lo é necessário prestar uma prova junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina). Ou, pedir a transferência para uma universidade brasileira antes da conclusão do curso, para se obter o tão desejado registro no CRM. Isso porque, apesar da imensa maioria dos estudantes brasileiros de medicina afirmar estar gostando da experiência, poucos pretendem viver no país após a conclusão do curso.

Um comentário:

  1. Achei que era só na argentina... coçei agora... médica imagina?? das bem açougueiras néam??

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