quinta-feira, 29 de abril de 2010

O mundo novo dos relacionamentos

Você sabe o que é EAD?

É Ensino A Distância.

Um jeito muito eficiente que as faculdades inventaram para diminuir gastos, como o custo do professor/hora, a necessidade do espaço físico da sala, e todo o custo que se tem em se manter todo o estabelecimento em si. Esse método a La “instituto universal brasileiro”, diminui também o aproveitamento do aluno, e depois, o aproveitamento do profissional pelo mercado. Mas para isso que inventaram as siglinhas, para suavizar o REAL significados dos termos.

Mas isso não vem ao caso.

O que queria dizer é que o “a distância” é uma nova tendência no mundo, um novo jeito de se viver. Porque não é so o ensino, tudo está ficando distante. A amizade também virou o AAD.

As pessoas têm duzentos contatos no Orkut, mas ninguém que queria ir com ela passear por aí, só por vadiagem, num domingo a tarde. E por quê?

Note cidadão, que eu disse “contatos” e não “amigos”. Porque é assim que nos acostumamos a chamar quem conhecemos: contatos = pessoas que me darão retorno. É a porra do network da filosofia babaca-empresarial que os Max Gehringer’s da vida nos fizeram acreditar como a formula do sucesso.

E nessa de NETIUORQUI acabamos por ter relações cada vez mais superficiais, com um monte de conhecidos, e quase nenhum amigo (principalmente onde trabalhamos). Mas lógico que esses caras não têm tanta influência assim, só estão empurrando a Nossa Senhora da Bicicletinha Sem Freio ladeira abaixo.

O principal fator dessa mudança é a forma como a internet se apropriou de parte de nossa vida. Primeiro veio como a possibilidade de contatar pessoas que no mundo real não seria possível, mas depois acabou substituindo o que só fazíamos ao vivo. Surgiu até o NAD: namoro a distancia.
Aos poucos nos acostumamos a viver mentirinhas virtuais. Os “amiguxos” que aparecem no Orkut so pra dizer feliz aniversário. “parabens... até o ano que vem!”. É mais fácil conseguir no virtual um depoimento de eterna amizade, do que uma mão pra segurar no cinema.

A consideração virou sinônimo de fingimento, em nome do politicamente correto. Parece que há uma resistência em aceitar o fato que é impossível ser um baita amigão de todo mundo. E principalmente, de aceitar que nem todo mundo que queremos a companhia, quer a nossa.

Nessa onda do politicamente correto mandamos um monte de =*****, sem nenhuma baba. O que mais higiênico, mas mais frio... e confuso para mim, já que não sei de quantos asteriscos se precisa para fazer um beijo de verdade.

Não to dizendo que internet não é legal, só que não pode substituir a vida ao vivo. Porque senão corremos risco de ter nossas relações verdadeiras transformadas num engodo, que aos poucos irão desfazendo pela frieza da distância.

Então me abrace, me dê um beijo, faça um filho comigo,
só não me deixe sentar na poltrona num dia de domingoo...

Domiiiiingoooo ♫.... rs