quarta-feira, 29 de abril de 2009

Marcos Zibordi palestra a alunos da UniSant'Anna

O jornalista e professor universitário Marcos Zibordi apresentou na noite de ontem uma aula-palestra a alunos de jornalismo na UniSant’Ana dos 3º e 4º semestres. Com um estilo despojado, Zibordi conquistou a plateia em uma conversa descontraída sobre jornalismo, mercado de trabalho e o futuro do impresso.

“O jornal pode até acabar, mas o jornalismo não”, disse o professor, que enfatizou o processo de mudança que vive o jornalismo hoje, e que segundo ele, ainda não criou uma linguagem jornalística para internet. “O que existe (nos sites de notícias) é a replicação da matéria do impresso, e notícias sendo lançadas no decorrer do dia daquilo que de mais importante aconteceu nas últimas horas”, e continuou, “quando digo ‘linguagem’ me refiro ao termo mais amplo da palavra, que não envolve só a escrita, mas som e imagem também”.


Repórter da Caros Amigos, Zibordi defendeu que é preciso abandonar a ideia de que somente em alguns poucos veículos de comunicação o jornalista teria liberdade, e que todo o resto estaria dominado pelo “mal”. “A realidade não é simplesmente dividida entre o bem e o mal, a coisa é mais complexa. Eu já escrevi matérias sobre o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em publicações que são declaradamente desfavoráveis ao movimento”.


"Há espaço"
Quanto ao mercado de trabalho, Zibordi disse que “há espaço” e que existe sempre a possibilidade para quem tem “algo para mostrar”, mas que é preciso estar pronto para quando a oportunidade surgir, “por que aí, você vai ter que ‘ser Ronaldo’. Quando a bola cair no seu pé você tem que fazer o gol”.
Embora o mercado jornalístico esteja cada vez mais reduzido nas grandes redações, o professor acredita que com a internet as possibilidades para o jornalismo se ampliam: “Você pode ter uma grande idéia, como o You Tube, e ficar rico”. Para ele, o fundamental para o jornalista é estar atento ao que acontece ao seu redor, para enxergar onde esta a notícia: “O jornalismo pode não dar certo para você, como também pode. Se não der, vai ser por sua causa, e se der certo também vai ser por causa de você”.

Hip-Hop

Estudioso da cultura hip-hop, Zibordi destacou a importância do movimento nas periferias: “Não é questão de gostar ou não, mas o hip-hop é um movimento cultural importante que não pode ser ignorado”, e encerrou a aula-palestra cantando um rap do grupo Sabotagem, “Rap é compromisso”.

Ouça a versão original : Sabotagem - Rap é Compromisso

terça-feira, 14 de abril de 2009

Um mundo novo de pessoas velhas

Um mundo novo de pessoas velhas. É assim que mundo é hoje, e é por esse único motivo que os jornais ainda não acabaram.

Durante a história da humanidade os desenvolvimentos tecnológico e cultural sempre tiveram um ritmo tão lento que os faziam quase imperceptíveis. Isto é, a pessoa vivia e morria num mundo bem parecido com o qual ela havia nascido. Mas hoje, estamos diante a um salto tecnológico que mudou e muda o mundo em muitos aspectos principalmente culturais. É algo absolutamente inédito, algo que talvez no futuro tenha o nome de alguma revolução, assim como existiu a revolução industrial, essa seja revolução da informação.

E como toda revolução, ela rompe com que existia antes, exigindo uma postura inédita também. Acreditar em experiências anteriores só serve para prever o futuro de um mundo que não existe mais. É verdade que a televisão não acabou com o rádio, assim como é verdade que a fita K7 quando surgiu não acabou com o LP. Deve ter sido baseado nesse raciocínio que a industria fonográfica botou suas fichas na aposta que a onda do MP3 não passaria de uma marolinha, e quando o tsunami veio era tarde para convencer um público, acostumado com baixar música de graça, a pagar por elas.

Hoje o público do impresso é composto em sua maioria por pessoas com mais de 30 anos, e conhecendo essa sua audiência, os jornais investem em matérias que sejam de interesse nessa faixa etária, como mudanças na previdência e preços dos alimentos. O grande problema dessa estratégia está no longo prazo, a medida que não demonstra interesse de se renovar o público.

Como o jornal impresso virou "coisa de aposentado", é impossível imagina um futuro para essas publicações, que se ainda sobrevivem hoje, é pelo fato dos leitores com mais idade não aderirem novidades (como a internet) com tanta facilidade.

O jornal vive é num mundo novo de pessoas velhas, por essa razão cada vez mais o impresso tende a abandonar a universalidade e caminhar no sentido das "ditabrandas da vida", afim de agradar esse público "Homer". Esse seria um triste fim no melhor (ou pior) estilo "cidadão kane".

Esta postura dos impressos pode ser movida pelo sentimento imediatista das vendas de jornais, mas em última analise é um forte indicativo que eles já deram a batalha (e a guerra) como perdida.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Estudantes brasileiros invadem a Bolívia

Enquanto se consolida o êxodo de trabalhadores bolivianos para grandes cidades brasileiras, um outro movimento se desenha no sentido contrário: o de jovens brasileiros que vão para Bolívia estudar.

Atraídos pelo baixo custo de vida, estudantes brasileiros veem na Bolívia uma oportunidade de cursar universidades que no Brasil não lhes seriam possíveis. As mensalidades do curso de Medicina, por exemplo, que é um dos mais procurados por brasileiros, custam em torno de 240 reais. Em uma universidade privada de São Paulo essas mensalidades não custariam menos de 3 mil reais.

Toda essa diferença fez com que nesses últimos anos um batalhão de jovens brasileiros invadissem as salas de aula das universidades bolivianas. “Aqui, na Bolívia, 98% dos estudantes de medicina nas universidades particulares são brasileiros”, diz Lorena Fergon, estudante de medicina da Universidad Cristiana de Bolivia. Ex-estudante de enfermagem no Brasil, ela abandonou o curso para ir estudar medicina na Bolívia, e compara: “No Brasil, só o curso de enfermagem eu pagava 640 reais.(...) Aqui com mil (reais) eu pago universidade, aluguel, alimentação, transporte, etc., mas tem gente que se vira com 800, ou até menos.”

Com ampla maioria brasileira nas salas, os professores acabam sendo mais tolerantes nos primeiros semestres quanto às dificuldades impostas pelo idioma. “Espanhol é tranquilo, mas algumas palavras a gente tem dificuldade. Então eles (professores) dão aula em espanhol, mas aceitam apresentações em português”, conta Roberto Martins, também estudante da Ucebol, como é conhecida a universidade na região de Santa Cruz de La Sierra.

“Medicina sem vestibular”

Na Bolívia, as universidades particulares não exigem que o aluno preste vestibular para ser admitido. Existem até sites na internet que oferecem serviços de “agenciamento” para os estudantes junto às universidades e nos consulados para a obtenção de visto de estudante. Com chamadas como “medicina sem vestibular”, o acompanhamento de todo o trâmite da documentação é prometido por preços que vão de 500 a 2500 reais.

O grande problema acaba sendo para poder clinicar no Brasil, já que o diploma boliviano não é válido aqui. Para valida-lo é necessário prestar uma prova junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina). Ou, pedir a transferência para uma universidade brasileira antes da conclusão do curso, para se obter o tão desejado registro no CRM. Isso porque, apesar da imensa maioria dos estudantes brasileiros de medicina afirmar estar gostando da experiência, poucos pretendem viver no país após a conclusão do curso.

Veja a Carta

Não é de hoje que a Carta Capital faz oposição a Veja.

Enquanto Veja tem ataca as práticas do governo federal, a Carta Capital faz ampla defesa do governo petista seja qual for a situação.

Não por acaso, o resultado de uma enquete que busca saber quem é o leitor da revista de Mino Carta é este:
Veja o resultado atualizado da enquete aqui.

domingo, 12 de abril de 2009

Carta à Veja

Revistas semanais são as campeãs em absurdos no jornalismo. Mas não deveria.

Por ter um tempo maior que os jornais, caberia à revistas fazer um jornalismo de análise com contextualização e profundidade. Ao invés disso o que se vê é um jornalismo puramente de opinião, em que se tenta amarrar ideias (velhas e batidas) a fatos que aconteceram durante a semana.

Na edição da revista Veja do dia 1º de abril (juro), a publicação se aventura em fazer uma defesa camuflada a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, que havia sido presa (e solta) dias antes, por sonegação fiscal. Mas isso não foi o que pior aconteceu na matéria de capa. Na introdução, a matéria policial, ganha viés político, com argumentos que beiram o absurdo.


Posto isso, resolvi escrever uma cartinha (e-mail) a Veja. Que segue:

Às vezes lendo as notícias tenho a impressão que ainda estamos na pré-história. Tanto pelo o que elas contam quanto pela mentalidade de quem as escreve. Gostaria de poder fazer um comentário melhor embasado sobre a última matéria de capa VEJA, mas confesso que nem tive paciência de ler mais nada depois que vi escrito que, “a riqueza no capitalismo moderno, é fruto do trabalho, ousadia e criatividade – e como tal, produz emprego, consumo, e outras oportunidades de negócio num ciclo virtuoso”. Gostaria muito de acreditar nisso. Aliás, acreditava, quando criança meu pai me deu uma rasa explicação das razões do mundo ser o que é. Hoje faria o mesmo pelo meu filho.

Mas acreditando que o público da VEJA seja adulto, esse público (eu) merece razoável respeito a sua inteligência.

De imediato, tive a impressão que a pessoa que escreveu não vive no mesmo mundo que eu. No mundo em que vivo o capitalismo não é moderno, é selvagem. O mercado está envolto numa grande crise financeira, em razão da sua total falta capacidade de prever os riscos de papeis podres e identificar as bolhas no crédito.

No mundo em que vivo a riqueza não é fruto do trabalho, talvez, no máximo, o sustento seja fruto do trabalho. Pois se alguns ganham em algumas horas mais que a grande maioria ganharia durante a vida toda, não é possível que, por mais vagabundos que sejam esses pobres, que eles tenham trabalhado tão pouco na vida. Há de se considerar também a tal “ousadia e criatividade” de pessoas iluminadas como o filho do presidente, que transformou sua paixão por videogames numa empresa altamente rentável, conseguindo até atrair como sócio outro gênio visionário das telecomunicações, Daniel Dantas.

É só um exemplo, mas poderia citar outros como o Phil Knight, dono da Nike, que ganha mais dinheiro que o batalhão de crianças que trabalham em suas fabricas na Ásia. E como é fisicamente impossível que Phil trabalhe mais que todas as “suas” crianças juntas, podemos deduzir que o que falta aos pequenos indonésios é “ousadia e criatividade”.

E por fim, no mundo em que vivo o consumo não é a solução, é parte do problema. O consumismo é o retrato da fragilidade do sistema econômico que o verdadeiro poder de compra esta restrito a alguns poucos. E não é possível que diante dos constantes debates em torno da sustentabilidade, alguém (ainda) imaginar que consumo é a solução. O mantra do consumo que governos cantam em tempos de crise é só um tapa-buraco do ponto de vista econômico de curto prazo. Mas uma catástrofe do ponto de vista ambiental, e em longo prazo, o apocalipse econômico também. Esse “ciclo virtuoso” de consumo é absolutamente insustentável, e se não tivermos isso em mente já, bem... isso vai complicar bastante a explicação para o meu filho de porque o mundo é o que é.

E por último (agora sim último), no mundo em que vivo, a potência comunista capitaliza os lucros do capitalismo enquanto a potência capitalista socializa os prejuízos. Então todo esse papo oitentista de esquerda e direita está pra lá de superado. Lógico que ainda existem as viúvas do muro de Berlim, ou os devotos de Margareth Thatcher, mas à medida que o mundo se alinha cada vez mais ideologicamente (se não ideologicamente, pela ausência total de ideologia), talvez seja a hora de perceber que essa segregação ideológica, além de só fortalecer “o discurso demagogo de credo esquerdista”, acaba jogando mais fumaça sobre o que é realmente relevante.
Resposta da Veja:
"SEU E-MAIL FOI RECEBIDO COM SUCESSO"


Que bom...


Roteirista de “Divã” apresenta pré-estreia na UniSant’Anna

O ator e roteirista Marcelo Barreto Saback esteve na última quinta-feira (02/04) na UniSant’Anna para apresentar a pré-estreia do filme “Divã”. Roteirista do longa, Saback adaptou a trama da peça teatral homônima baseada no livro da escritora Martha Medeiros. O filme, protagonizado por Lilia Cabral no papel de Mercedes, conta a história de uma dona de casa de classe média que resolve frequentar um psicanalista. As sessões que no início pareciam sem importância acabam gerando uma reviravolta na vida da personagem.

No evento que antecedeu ao filme, Saback contou as diferenças de se escrever para a tevê e para o cinema. “Nas novelas você atinge um público maior, então é preciso ter cuidado quando se aborda temas polêmicos como racismo e homossexualismo”.

A entrevista foi conduzida pelo professor Luciano Fraga, responsável por ministrar as disciplinas de Roteiro, Cenografia, Direção de Programas e interpretação para teatro, rádio e TV nos cursos de comunicação social da UniSant'Anna.


Uma aula de organização

A pré-estreia, promovida através de uma parceria da UniSant’Anna com a Brazucah Produções, foi organizado por alunos de RP (Relações Públicas) sob a coordenação do Professor Daniel Zimmermann.

“È fundamental essa oportunidade de vivenciar o que um profissional de RP faz na organização de eventos”, disse Jéssica Paganotto, uma das estudantes que trabalharam na organização da pré-estréia, e que arrecadou mais de 300 quilos em alimentos.

Barrados no Baile
Com o evento agendado para as 19h30, as portas do Anfiteatro foram fechadas pontualmente, e quem se atrasou teve que esperar até as 20h. Entre os atrasados estava o coordenador de Comunicação Social, Roberto Mecca, que aguardou junto com os demais até o horário determinado.